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CASA DAS PITAS

CASA DAS PITAS
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Da instituição do morgado Pitta, em Aveiro, no séc. XVII, nasceu a união de algumas casas existentes à entrada da Rua da Corredoura que vão dar origem, em meados do séc. XVII, à atual Casa Pita.

Este palácio urbano, de estilo revivalista manuelino e barroco, tem planta retangular e dois pisos. O frontispício é coroado por merlões chanfrados sobre cornija interrompida regularmente por gárgulas de meia-cana. De ambos os lados da janela encontra-se uma pedra de armas.

Em 1648 obtém autorização para canalizar para o quintal parte da água que alimentava o chafariz, sendo construído um tanque, no jardim, no ano de 1652.

Palácio de estilo neo-manuelino, antecipou em Caminha uma moda que só mais tarde viria a desenvolver-se em Lisboa.

Implantada numa das principais ruas de Caminha, exterior à cerca medieval, a Casa dos Pitas foi edificada entre 1649 e 1652, em propriedades pertencentes ao morgado dos Pittas. Instituído em 1637 por Brás Pitta Ortigueira e Gregório Pitta Calheiros, este morgado compreendia algumas casas situadas à entrada da antiga Rua da Corredoura, que pertenciam aos instituidores e que foram demolidas para a construção do palacete. A actual casa da família foi edificada por Sebastião Pitta Soares, filho do instituidor Brás Pitta Ortigueira, apresentando um curioso modelo neo-manuelino nada comum na época, que viria a ser utilizado alguns anos mais tarde pelo engenheiro Manuel Pinto Vila Lobos na Casa da Carreira em Viana do Castelo. A capela da casa foi edificada no século XVIII, e durante o século XIX a Casa dos Pitas foi-se degradando, até que em 1885 o interior da casa foi restaurado numa obra patrocinada por João Moreira Pita e Castro, que encomendou os estuques que decoram actualmente as salas da casa.

A Casa dos Pitas é um palácio urbano, obedecendo a uma tipologia comum no século XVII, cuja planta rectangular se desenvolve horizontalmente, marcada pela abertura de portas e janelas a espaços regulares. Dividida em dois registos, a fachada foi decorada de forma muito peculiar para a época, uma vez que as portas e janelas, de modelo seiscentista, foram decoradas nas suas molduras por arcos conopiais e cordames, num revivalismo da arquitectura manuelina. O conjunto da fachada é rematado por merlões chanfrados assentes sobre cornija decorada com gárgulas de meia-cana.

A fachada posterior é muito diferenciada desta. Dividida em três registos, os dois primeiros possuem loggias avançadas. O primeiro possui portas de serviço e escadaria de acesso ao segundo piso; neste foram rasgadas portadas de moldura recta e ao centro portal de moldura em arco perfeito, de maiores dimensões. O piso superior, correspondente ao andar nobre, é marcado por janelas de moldura rectangular, simples e duplas, dispostas alternadamente. À direita, do lado oeste do edifício, foi edificado um mirante de planta quadrada dividido em quatro pisos, de tipologia semelhante às torres de menagem medievais. Também nessa zona da casa foi edificada a capela, com retábulo de talha e imagem de Nossa Senhora das Dores.

Junto à zona posterior foi feito pátio lajeado com dois fontanários, um constituído por tanque polilobado com fonte em formato de pináculo, outro constituído por tanque rectangular com duas bicas. Este pátio foi edificado em 1652, depois de o proprietário ter recebido autorização para conduzir água desde o chafariz do Desterro, edificado na praça central da vila, até ao interior da casa.

A Casa dos Pitas destaca-se pela singularidade do seu modelo, que retomou e adaptou, numa estrutura seiscentista solarenga, os elementos decorativos da arquitectura manuelina, cerca de cento e cinquenta anos antes do grande surto construtivo revivalista do século XIX.

Catarina Oliveira

IPPAR/2004

Referência: Direcção-geral do Património Cultural. Disponível em: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73794 (Acedido em 01-07-2016)

Rua da Corredoura 7

4910-133 Caminha