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- Ângelo de Sousa: Quase Tudo o que Sou Capaz
Ângelo de Sousa: Quase Tudo o que Sou Capaz
O Museu Municipal de Caminha tem patente ao público a exposição ÂNGELO DE SOUSA: QUASE TUDO O QUE SOU CAPAZ, realizada a partir de obras da Coleção de Serralves. Na cerimónia de abertura, Miguel Alves realçou a importância e as vantagens da descentralização da oferta cultural para as pessoas e para a valorização do território: ‘Esta maneira de Serralves se apresentar também aqui em Caminha é aquilo que deve ser feito do meu ponto de vista. A descentralização da oferta cultural tem várias vantagens: a oportunidade que temos de conhecer obras e artistas, uma aventura completamente diferente e que não teríamos se ela estivesse exposta na Fundação Serralves; e a valorização do território, tornando-o mais forte, mais capaz de atrair e mais capaz de resistir nos momentos difíceis’. A exposição pode ser visitada até ao dia 7 de outubro.
Esta exposição decorre no âmbito da integração do município de Caminha como Fundador de Serralves, em 2016. Sobre a integração de novos municípios à Fundação de Serralves, Miguel Alves saudou os que aderiram a Fundadores de Serralves este ano, deixando uma mensagem particular ao Município de Ponte de Lima: ‘quero saudar neste esforço de descentralização a adesão este ano de quatro Municípios - Lisboa, Aveiro, Espinho e Ponte de Lima - particularmente estes nossos vizinhos que, independentemente de diferenças partidárias, souberam perceber, da mesma maneira, a força que temos com esta agregação a Serralves e a partilha de Serralves aqui com a nossa população do Alto Minho’.
A cerimónia de inauguração decorreu ontem ao final da tarde, e contou com as presenças de Miguel Alves, presidente da Câmara municipal de Caminha, Ana Pinho, presidente da Fundação de Serralves, João Ribas, diretor do Museu de Serralves, Miguel de Sousa, Paula Fernandes, Curadora de exposição, entre outros.
Paula Pinho sublinhou também a importância da descentralização cultural, afirmando a importância de Serralves ‘sair do seu mundo’ e ‘levar a arte contemporânea a outros mundos’.
Esta iniciativa integra-se num programa de exposições e apresentação de obras da Coleção de Serralves especificamente selecionadas para os locais de exposição, com o objetivo de tornar o acervo acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.
Ângelo de Sousa (Lourenço Marques, Moçambique, 1938 - 2011, Porto), além de ser uma das figuras mais influentes da arte portuguesa da segunda metade do século XX, é um dos artistas melhor representados na coleção de Serralves, com trabalhos realizados entre os anos 1960 e 2010, e que abarcam todos os meios artísticos a que ele se dedicou ao longo da sua prolífica carreira: desenho, pintura, escultura, instalação, filme e fotografia.
“Ângelo de Sousa: Quase tudo o que sou capaz” junta uma parcela muito considerável destas obras - a quase totalidade dos desenhos, pinturas e esculturas - com o objetivo de sublinhar a importância da contaminação entre aquelas disciplinas para a evolução da sua prática artística: ao reunir cerca de 26 obras de vários períodos da sua carreira, esta exposição combate a imagem dominante do pintor Ângelo, mostrando que o desenho e a escultura são não apenas facetas fundamentais da sua obra como aquelas em que porventura é mais evidente o espírito experimentalista da sua obra.
Caracterizados por uma aparente simplicidade — o artista tenta obter, nas suas palavras, “o máximo de efeitos com o mínimo de recursos, o máximo de eficácia com o mínimo de esforço, e o máximo de presença com o mínimo de gritos” —, os desenhos, pinturas e esculturas de Ângelo de Sousa não ilustram conceitos, nunca partem de ideias, mas da ânsia de fazer e pensar com as mãos. A exposição sublinha esta vontade de trabalhar com elementos simples, ao apresentar as primeiras obras de Ângelo de Sousa, ainda figurativas, mas apontando já para a depuração que viria a caracterizar o artista, lado a lado com os exercícios abstrato-geométricos — nomeadamente desenhos, telas e esculturas — que o impuseram como um dos maiores estudiosos da cor e da luz.
A curadoria é da responsabilidade de Paula Fernandes e a produção da Fundação de Serralves — Museu de Arte Contemporânea, Porto.
A exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo das 10H00 às 13H00 e das 14H00 às 18H00 e a entrada é gratuita.